“Enquanto família humana, a nossa prioridade é um mundo sem fome”

(Nações Unidas, no Dia Mundial da Alimentação)

 

Nunca as preocupações com a alimentação a nível mundial assumiram um papel tão relevante. Enquanto que a fome no mundo assume números deprimentes com mais de 820 milhões de pessoas sem alimentos suficientes e a braços com uma crescente ameaça à segurança alimentar e tensões pelas guerras, mais de 2000 milhões pessoas têm excesso de peso.

Num tempo de imprevisibilidade que se vive, a comemoração do Dia Mundial da Alimentação assume o apelo global à erradicação da fome, à invocação por um mundo em que alimentos nutritivos estejam disponíveis e acessíveis a todos em qualquer lugar.

Todos juntos (cidadãos, empresas, organizações, governos), temos que assumir o contributo comum de garantir uma alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada para todos, reduzindo o desperdício alimentar e contribuindo para a erradicação da fome. É inaceitável que a fome esteja a aumentar num tempo em que o mundo desperdiça mais de 1000 milhões de toneladas de alimentos por ano. Está na hora de mudar a forma como produzimos e consumimos.

Sob o tema “não deixe ninguém para trás”, as Nações Unidas marcaram o dia 16 de outubro de 2022 como o momento de alerta para a crise global de segurança alimentar e para o risco da fome, isto porque todos contam.

A esperança na mudança começa na educação das crianças e jovens nas escolas. Inspirar os alunos com ações para que consigam mudar os seus comportamentos, orientá-los a escolher os alimentos e a prevenir riscos, impulsioná-los a promoverem a saúde, a prosperidade económica e o desenvolvimento sustentável, tornou-se o objetivo das atividades pedagógicas.

“Do campo à mesa, todos nós temos um papel a desempenhar”. Assegurar que conseguimos aproveitar ao máximo o valor nutricional dos alimentos tornou-se o maior benefício para consolidar a saúde e o bem-estar das pessoas.

Uma dieta variada e nutritiva ajuda a crescer bem e a criar hábitos saudáveis. São excelentes dicas para assegurar a saúde: consumir fruta e vegetais no dia a dia; dar prioridade ao consumo de alimentos frescos; limitar os produtos processados; reduzir a quantidade de açúcar e sal; evitar bebidas açucaradas; incentivar o consumo de água e fazer das refeições e do momento de cozinhar uma parte importante da rotina familiar. O leite materno mantém-se como um excelente alimento para as crianças.  

A Direção Geral da Saúde lançou o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, 2022-2030. Este programa visa a prevenção e controlo de todas as formas de malnutrição, em particular do excesso de peso e da obesidade, uma vez que é um dos fatores de risco que mais contribuem para a mortalidade, e ainda, a capacitação do cidadão com medidas de educação dirigidas para a prestação de cuidados de saúde.

Num mundo em que todos estamos conectados, todos temos que fazer parte da mudança. Ambicionar uma melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e uma vida melhor, tornou-se o desafio global.

A decisão que conta é não quebrar a corrente entre povos, economias, culturas e populações, para que ninguém fique para trás. Mais do que nunca são necessárias soluções globais sustentáveis, inclusivas e resilientes para que todos os povos tenham o direito à alimentação, à paz e à igualdade.

(Texto da autoria da Prof.ª Ana Paula Costa, professora colaboradora da BE Montelongo)